Como abordar, ou pior, definir um sentimento tão famoso e misterioso, popular e peculiar (cultural), e seu substantivo tão usado, quer seja com significado ou não, quanto o termo, fenômeno ou palavra amor. É o sentimento mais comum e famigerado por aqueles que “possuem-no” ou “anseiam-no”, porém não há definição absoluta e nem relativa sobre tal substantivo comum. O que um personagem da bíblia, um filósofo e um músico da atualidade tem em comum sobre? A reposta é: abordagem tal que será analisada.
As abordagens descritas em passagens bíblicas de Coríntios denotam o amor como peça fundamental para plenitude do homem quanto seus atos. Ou seja, se não há amor, nada que ele faça ou sinta não faz sentido e nem incitará a prática do bem. O amor, segundo ele, é o apaziguador dos instintos do homem, quer dizer, inibe a maldade, inveja, leviandade e tudo que possa denegrir alguém sentimentalmente. Logo o amor é o agente influente nos atos humanos.
Seguindo a narrativa dos versos de Camões, ele induz o amor como a inexplicação do fenômeno de forma subjetiva, ou seja, ele denota a reação interiorana do homem, ao contrário como agente como rege as passagens de Coríntios. É um conjunto de adversidades que geram uma dependência e passividade em função dessa “sensação boa” e êxtase incondicionais.
Renato Russo, por sua vez, decidiu reunir o elemento condicional-determinante de Coríntios com o fenômeno adversativo e subjetivo de Camões. O amor defendido como agente determinante que não se domínio, nem medição. Agir de forma irrisória ou sem nada em troca se torna um grande gesto perante a tudo feito, em nome dele, será válido e caberá sob qualquer circunstância.
Sempre existirão abordagens diversas sobre tal palavra flutuante em um universo de significados. Desde as mais empíricas, até as filosóficas, o amor sempre será o movimento máximo da natureza humana que sempre justificará suas ações e alimentará sua esperança em almejar algo ou conquistar alguém. Afinal: “Não há mal pior do que a descrença, mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão” (Vinícius de Moraes).